Vindima - Parte 2

Em casa dos meus avós não há supermercado, não há cinema e, mais representativo ainda do sossego que é, não há igreja. No entanto, há pinheiros com fartura, eucaliptos, oliveiras (até demais porque na altura da apanha da azeitona é um "ai, socorro!") e por aí fora.

O que também há com fartura (se estiverem dispostas a estragar as unhas e a arranhar os dedos) são amoras bravas. O meu marido adora-as nos flocos de manhã (não se esqueçam do mandamento LEV de só comerem flocos integrais!) ou numa salada de alface (fica especialmente bom se acrescentarem rúcula, hortelã e canónigos). A O. gosta de as espezinhar e o G. de as ver rolar pela estrada abaixo, impávido ao meu desespero. A minha mãe gosta de fazer tarte de amoras ou doce. Nós ( e aqui incluo grande parte da família) gostamos mesmo é de gente com iniciativa que nos dê de comer!

Vindima - Parte I

Vou começar esta história do início, um bocadinho antes de começar verdadeiramente. 

Assumam isto como uma cábula ou um preview do que está prestes a acontecer. Existem famílias que vão jantar fora. Outras reúnem-se para um chá. Existe mesmo quem vá ao teatro ou combine um serão de cinema. Nós fazemos a VINDIMA. Respondendo desde já às perguntas que vão aparecer, sim, fazemos mesmo. Sim, sujamos as mãos e pisamos as uvas. Não, não é uma brincadeira e não, não aceitamos inscrições para o ano que vem. É que para comer já somos muitos, para trabalhar estamos no mais ou menos. E, para ser honesta, não tenho ajudado grande coisa (na parte do trabalhar, leia-se...). Com duas crianças estou mais a trabalhar o instinto de sobrevivência e a tentar evitar deslocações desnecessárias ao hospital.


 Ainda assim, enquanto uns apanham uvas, outros deleitam-se com as macieiras carregadas.  Amarelas, verde, vermelhas, há de tudo. A O. adora comer as maçãs à dentada e avisa-me sempre, depois de ter dado a primeira dentada, que se devem lavar primeiro (!). Nas próximas semanas cá em casa será a fruta de eleição, crua ou cozida com um pau de canela.

Eu também quero!

Ok. Não queria ser eu a puxar a conversa, mas vai ter de ser. Não. Não provei. Sim. Vou tratar disso. Agora! Vou marcar a minha consulta de manutenção para a semana e levar um saco grande. Bem grande para poder trazer todas as novidades. E mais algumas....

 

P.S. Acho indecente  fazerem esta pergunta assim a frio...

Frango com Manjericão e Alho

 Cá em casa as receitas fáceis (e com pouca margem de erro, que isto da Lei de Murphy é mesmo verdade têm sempre tratamento privilegiado. Embora não seja fã do famoso Jamie Oliver, confesso que esta receita funciona bem, é fácil e consegue-se preparar algumas coisas com antecedência. Para quem tem crianças outra boa notícia é que é feito no forno, ou seja, permite dar banhos (ou outros afazeres) em simultâneo e respeita a dieta LEV (esta era a melhor parte!).

Ingredientes
6 dentes de alho descascados (sim, é fácil mas não exagerem, têm mesmo que descascar...)
1 ramo de manjericão (na receita diz "um ramo pequeno", mas na próxima vez que fizer este prato vou insistir mais nas ervas aromáticas), só as folhas (novamente um pouco de trabalho pesado... arrancar folhas!)
sal marinho e pimenta preta
azeite
frango (de preferência de capoeira)
um limão (cortado ao meio)

Instruções
1. Pre aquecer o forno a 180ºC
2. Num almofariz (ou numa taça qualquer que isto pede é boa vontade...), esmagar o alho, as folhas de manjericão com um pouco de sal e pimenta (sim, eu sei, não dar quantidades exactas é o primeiro passo para um potencial desastre.. mas tenham paciência, é só o sal...). Deitar um pouco de azeite e mexer.
3. Fazer 3 golpes em cada perna do frango, até ao osso
4. Despejar a pasta sobre o frango e esfregar a pasta (com as mãos, não sejam medricas!) em todos os cortes e fendas. Inserir a metade do limão na cavidade da ave.
5. Colocar o frango num tabuleiro, juntamente com a outra metade do limão e levar ao forno durante mais ou menos uma hora (mais para mais, do que para menos), até que fique crocante e dourado.
6. Quando retirar o frango cubra com papel de aluminio e deixe descansar durante 10 minutos.
7. Se quiser, pode espremer o limão por cima do frango.
8. Não sejam gulosas e não, a pele não é para comer!

Querida LEV, 

Há muito tempo que já não te peço nada e bem sei que o Natal ainda vem longe. Mas, de qualquer forma, aqui vai. Dava-me tanto jeito ter uma app da LEV! Andava sempre no meu telemovel, ajudava-me a gerir a dieta (sim, confesso, esqueci-me de tomar os suplementos algumas vezes!) e ainda tinha todas as minhas receitas... Isso é que era!

Pôr do sol temperado com LEV

Este foi o por do sol hoje. 99% da população portuguesa já regressou à sua vida "normal". Nós fazemos parte do 1% que ainda está de férias, com os pés de molho e a aproveitar finais de dia como este aqui. No regresso da praia, quase de noite, a O. pergunta porque é que o céu está laranja e explicamos que o sol está a ir para a cama. A resposta é que ainda não está cansada, que ainda vai dar um mergulho na piscina e ver o Lorax (que recomendamos vivamente). Lorax sim, mergulho de piscina já não há energia suficiente...

Apesar de férias a vida continua e a preocupação em não me "estragar" demasiado - ou, pelo menos, totalmente - também está presente. Quando regressar ao mundo real (já no final da próxima semana) vou marcar a consulta com a doutora A. para ver como estou, mas já sei que terei um ou dois quilos para perder (isto sou eu a ser querida, claro!). No entanto, o esforço está cá! Temos aproveitado ao máximo o mercado de Tavira e tudo o que ele tem de bom. Os pêssegos este ano estão deliciosos (como diz o Miguel Esteves Cardoso: "são a única fruta que não precisa de frigorífico...", continuo a apostar nos cogumelos no forno (com umas cenouras e batata doce para a O.) e, por vezes, num jantar LEV para não ter tentações de me perder. Recomendo vivamente esta salada de massas da LEV!!

A parte positiva é que nos mexemos muito! Vamos para a praia, entra na água, sai da água, vai-me buscar um balde, mãe, ainda falta o regador, alguém quer uvas? Já comeram o iogurte... O G. já dorme.. aproveitamos e damos uma volta pela praia? Vimos da praia. Posso dar um mergulho de piscina com o pai? Posso? Preciso das braçadeiras para ir para a piscina dos grandes... vamos ver os caranguejos? Posso pegar num? Porquê? Porque é que o bebe tem fome? Porque é que está a chorar? Porque é que temos de dormir? Amanhã vamos outra vez à praia? Pai, vamos dar uma volta de bicicleta? Não quero ir de carrinho... vou a pé... mãe, pegas-me ao colo? Que peixe é este? Eu sou uma sardinha!